Éramos apenas um grupo de 4 pessoas perfeitamente normais que gostavam de andar pelo Pinhal vizinho. Um dos nossos pontos favoritos era o Vale dos Pirilampos. Para se chegar ao afamado Vale dos Pirilampos temos de passar pela Fonte da Felícia.
Ora a Fonte da Felícia parece à partida um local relativamente inócuo e agradável onde muitas famílias vão fazer piqueniques e encher garrafões de água. Nos dias de hoje já não corre água na fonte apenas na ribeira de S. Pedro de Moel, mas o local continua a atrair muitas pessoas, nós inclusive.
Aliás foi aqui que num Domingo anterior encontrámos uma cauda de esquilo (hoje já firme e hirta). Desta vez encontrámos mais do que estávamos à espera.
Durante as nossas explorações e caça às rãs reparámos que a ribeira tinha várias mangas podres e um coco à deriva. Até aqui nada de estranho (pensámos nós), e então a história começa a complicar-se... tan tan TAN.
Eis senão quando, na base de uma árvore junto à ribeira, encontrámos o que supúnhamos ser um altar de comida perfeitamente disposto e ordenado.
E as coisas complicaram-se ainda mais...!
Um pouco mais à frente encontrámos rosas brancas e vermelhas a boiar na ribeira e no canto oposto do lugar da fonte da Felícia, vários ramos de flores empilhados
Actividades como altares e
voodoo na mata não são inéditos e pareciam ser mais umas oferendas ou algum outro ritual.
Mas as coisas complicaram-se ainda mais... (sim é possível!)
Alguém adivinha o que encontrámos a seguir?
Pois, só faltava a
urna (encontrada presa nuns ramos na ribeira). Sim leram bem uma
urna!! E agora? O que fazer com a urna? Abri-la, pois claro!
Nada como soltar um espírito para animar o Domingo! Hehe. E com espectadores que não descolavam os olhos do espectáculo... Um bom exemplo do típico comportamento "ai que nojo deixa ver".
Depois de aberta a urna, demos de caras com um selo no interior, que não deixa margem para dúvida... agora 1840?
A teoria e que seja o número de registo... a não ser que tenham cremado uma pessoa com 168 anos. E aí... UAU!
Não abrimos mais por uma questão de respeito, mas não parecia ter conteúdo, apenas as cinzas correspondentes a um dedo, para aí. E não fôssemos nós soltar os espíritos... "Não apontem isso para a barriga da
Ana", dizia o P. em pânico.
Em suma, pareceu-nos tudo muito estranho. Entre comida, flores e urnas, um ritual um pouco macabro, mas divertido do ponto de vista da descoberta.
Um rabo de esquilo... Uma urna... O que nos esperaria na semana seguinte, umas ossadas?
E assim nasce a
Irmandade da Urna e gostinho por encontrar caixas escondidas.
May the cache hunt beginn! Muhahahaha....